Por Cássio Ribeiro
O Sistema Solar é formado por 9 planetas (Mercúrio, Vênus, Terra Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão). A Terra, sendo o terceiro planeta deste sistema na ordem de afastamento do Sol, está a uma distância média de aproximadamente150 milhões de quilômetros do chamado Astro Rei.
Nosso Planeta realiza dois movimentos principais. O primeiro é a Rotação, que é um giro que a Terra executa em torno do próprio eixo, que pode ser definido como linha imaginária que liga o Pólo Norte ao Pólo Sul do Planeta.
A rotação da Terra é realizada a uma velocidade de aproximadamente 1609 quilômetros por hora, o que ocasiona, por meio da força centrífuga, uma sutil deformação na massa da Terra. Tal deformação é responsável pelo achatamento do Planeta na região dos pólos, e pela dilatação na região da linha do Equador. O Equador divide o imenso planeta Terra em duas metades, que são os hemisférios norte e sul (hemisfério = metade da esfera).
O movimento de Rotação faz a Terra dar um giro completo em torno de si mesma num intervalo de 24 horas, o que ocasiona a contagem de um dia inteiro do ano. Amanhece na região do planeta Terra que está voltada para o Sol, e quando essa face voltada para Sol for levada pela rotação da Terra ao lado oposto, que está oculto e não recebe a luz solar, será noite nesta região e dia na outra, que também foi levada pelo giro do Planeta à presença dos raios solares.
Esse movimento ininterrupto faz a noite chegar por volta das 18h, e o dia clarear às 6 da manhã aproximadamente.
O giro ao redor do próprio eixo ocasiona a alternância entre os dias e as noites na suprefície da Terra
Com a união de várias imagens de satélite obtidas em diferentes momentos, foi possível mostrar toda a superfície do Planeta durante o dia e ...
durante a noite
O outro principal movimento realizado pela Terra é a Translação, que é uma longa órbita de 930 milhões de quilômetros percorrida por nosso Planeta em torno do Sol no Espaço, a uma velocidade média de 106.800 quilômetros por hora, o que corresponde a 30 quilômetros percorridos pela Terra em cada segundo.
Para completar um percurso inteiro da órbita em torno do Sol, a Terra demora 365 dias (um ano) e seis horas aproximadamente. A cada 4 anos, as 6 horas excedentes da Translação são reunidas num dia a mais acrescentado em fevereiro (dia 29), nos chamados anos bissextos.
O eixo da Terra, que é a linha imaginária que liga o Pólo Norte ao Pólo Sul, é inclinado 23 graus e meio em relação à linha de direção da órbita que o Planeta percorre durante 365 dias em torno do Sol.
A inclinação do eixo terrestre em relação ao plano da órbita percorrida ao redor do Sol em aproximadamente 365 dias
Sendo assim, no dia 21 de dezembro, a Terra está inclinada com o hemisfério sul (onde está o Brasil) mais voltado para a direção do Sol e seus raios. A partir desta data, os dias são mais longos que as noites no hemisfério sul, que também recebe os raios solares num ângulo mais direto e incisivo.
No hemisfério norte, onde está a Europa e os Estados Unidos por exemplo, os dias são mais curtos e os raios solares mais brandos devido à inclinação da Terra. Logo, o dia 21 de dezembro marca o solstício de verão no hemisfério sul e o solstício de inverno no hemisfério norte.
Devido a inclinação do eixo norte-sul da Terra em 21 de dezembro, o verão abaixo do Equador é marcado pela maior intensidade dos raios solares e por dias mais longos
No dia 21 de março, a Terra continua inclinada, mas sua inclinação fica perpendicular à direção da chegada dos raios solares, já que a linha imaginária que liga o centro do Sol ao centro da Terra passa pelo círculo Equador.
Este alinhamento faz os dias e as noites terem a mesma duração (12 horas) a partir desta data nos hemisférios norte e sul. Em 21 de março, é dito que ocorre o equinócio (noites iguais).
No hemisfério sul, que caminha para o inverno, o período do ano é chamado de equinócio de outono e, no hemisfério norte, que está a 3 meses do verão, o fenômeno astronômico é chamado de equinócio de primavera.
Com o alinhamento entre o centro do Sol e o centro da Terra, alinhamento esse que passa pelo Equador terrestre, a inclinação do Planeta não influencia na direção dos raios solares, ...
que acabam incidindo com igual intensidade acima e abaixo da linha do Equador (hemisférios Norte e Sul). O chamado equinócio ocorre em 21 de março e 23 de setembro, e marca o início da primavera no hemisfério que caminha para o verão, e o início do outono no hemisfério em que o inverno se aproxima na ocasião
A ocorrência de nosso equinócio de outono varia entre os dias 19, 20 e 21 de março. A última ocasião em que o outono começou no dia 21 de março foi em 1991. O início do outono irá se alternar entre os dias 19 e 20 de março durante todo o século 21 (2001-2100). O primeiro início de outono em 19 de março será em 2028, e o outono só voltará a ter início no dia 21 de março em 2103.
Em 21 de junho, já tendo percorrido a metade de toda sua órbita em torno do Sol, a Terra está inclinada com o hemisfério norte mais voltado para a direção do Sol e seus raios. Nesta data, as noites são mais longas que os dias no hemisfério sul e, consequentemente, mais curtas que os dias no hemisfério norte. Os raios solares também incidem com mais intensidade no hemisfério norte, e mais brandos no hemisfério sul, onde está o Brasil. A data marca o solstício de inverno no hemisfério sul e o solstício de verão no hemisfério norte.
Em 21 de junho, a inclinação da Terra faz o hemisfério norte receber maior incidência dos raios solares. No hemisfério sul, ocorre o solstício de inverno e os dias (em amarelo), são menores que as noites (em azul), no Brasil por exemplo
No dia 23 de setembro, a Terra está a um quarto de completar um giro orbital de um ano em torno do Sol no Espaço. Nesta ocasião, novamente a inclinação de nosso Planeta fica perpendicular à direção de incidência dos raios solares.
Tal alinhamento faz novamente os dias e as noites terem a mesma duração de 12 horas nos hemisférios norte e sul. Vale lembrar que a duração do dia é medida do nascer do Sol, bem no momento em que a metade da esfera solar está acima do horizonte, até o pôr do Sol, quando a metade da esfera incandescente está abaixo da linha do horizonte.
Nas duas ocasiões dos equinócios (21 de março e 23 de setembro), dias e noites têm duração de 12 horas, por ocasião do alinhamento entre os dois hemisférios e o Sol, apesar da inclinação do eixo terestre
Como em 23 de setembro o hemisfério norte caminha para mais um inverno, é dito que, nesta data, ocorre o equinócio de outono no hemisfério norte. Já no hemisfério sul, a três meses de mais um verão, o alinhamento entre os dois hemisférios da Terra e o Sol é chamado de equinócio de primavera.
Um resumo com as 4 situações da Terra durante os 365 dias em que percorre sua órbita em torno do Sol, ...
ocasionando o início das 4 estações do ano para nós do hemisfério sul, como mostra a ilustração acima
Como o ângulo de incidência dos raios solares varia de acordo com a época do ano, as sombras projetadas por elementos verticais também variam de acordo com a estação do ano, como mostra a ilustração acima
Quando o homem percebeu que podia contar o tempo observando o que acontecia no Espaço, a primeira referência foi baseada no ciclo da Lua. Culturas como a judaica, a chinesa e a muçulmana ainda utilizam o ciclo lunar como referência para seus calendários.
Foi o imperador romano Júlio César, em 46 Antes de Cristo, quem percebeu que a relação entre a Terra e o Sol no Espaço era a referência mais exata e fácil para a contagem de um ano completo. Naquele tempo, a duração do ano era adotada como exatos 365 dias e quatro horas, e teve início a prática da inclusão de mais um dia no mês de fevereiro a cada 4 anos (dia 29 dos anos bissextos).
O tempo de 365 dias e 6 horas estabelecido por Júlio César para a contagem de um ano não era exatamente preciso. Havia uma diferença calculada em 11 minutos para cada ano, fato que, com o passar dos anos, começou a gerar atraso em relação a contagem dos anos e o tempo que a Terra leva para percorrer sua órbita em torno do Sol. A diferença entre as datas de início das estações gerava problemas para a agricultura, a pesca e para a referência do início das festas religiosas baseadas no calendário Juliano, instituído pelo imperador Júlio César.
Foi o imperador romano Júlio César, em 46 Antes de Cristo, quem percebeu que a relação entre a Terra e o Sol no Espaço era a referência mais exata e fácil para a contagem de um ano completo. Naquele tempo, a duração do ano era adotada como exatos 365 dias e quatro horas, e teve início a prática da inclusão de mais um dia no mês de fevereiro a cada 4 anos (dia 29 dos anos bissextos).
O tempo de 365 dias e 6 horas estabelecido por Júlio César para a contagem de um ano não era exatamente preciso. Havia uma diferença calculada em 11 minutos para cada ano, fato que, com o passar dos anos, começou a gerar atraso em relação a contagem dos anos e o tempo que a Terra leva para percorrer sua órbita em torno do Sol. A diferença entre as datas de início das estações gerava problemas para a agricultura, a pesca e para a referência do início das festas religiosas baseadas no calendário Juliano, instituído pelo imperador Júlio César.
Foi o Papa Gregório 13, escolhido em 1572, quem corrigiu a diferença de 10 dias acumulada desde a adoção do calendário Juliano. Sendo assim, o dia seguinte ao dia 4 de outubro de 1582, foi o dia 15 de outubro de 1582. Na ocasião, foi estabelecido o calendário Gregoriano, que considera 365 dias, 5 horas, 49 minutos e 12 segundos como sendo a duração de uma ano.
No século 20, foi verificada também uma diferença anual de 26 segundos acumulada desde a adoção do calendário Gregoriano. É sabido hoje que a duração exata de um ano é de 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. A diferença anual de 26 segundos acarretará a necessidade da correção de um dia no ano 4915 de nossa Era. Quem viver nesse ano, verá.
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