quinta-feira, 5 de maio de 2011

AQUECIMENTO PARA O ROCK IN RIO 4

Por Cássio Ribeiro


Já se vão 25 anos que um ousado projeto do empresário carioca Roberto Medina teve sua primeira edição realizada, em 1985. Duas décadas e meia depois, é tempo de comprar ingressos novamente, desta vez, para a quarta edição do Rock In Rio, que será realizada nos próximos dias 23, 24, 25 e 30 de setembro, e dias 01 e 02 de outubro.

Depois de colocar este Blog no ar, no último domingo dia 01 de maio, percebi que esta era a semana de venda dos ingressos, que terá inicio a partir de 00h00min do dia 07 de maio, sábado. Entrei em contato pela Internet com o jornalista carioca e grande amigo Anderson Pedro, a fim de que pudéssemos traçar os planos para podermos cobrir o evento da melhor forma.


Morarmos direto na cidade do Rock durante os seis dias de evento foi a primeira idéia. Logo foi iniciada a lista necessária: barraca de 3 lugares, credencial de acesso ao centro de imprensa, alguns equipamentos indispensáveis etc. Acho que não nos esquecemos de nada, só mesmo do dinheiro, mas como esse não temos sobrando, lá vamos nós com a cara e a coragem.












Apesar de todo o frenesy de poder participar de um Rock in Rio pela primeira vez como jornalista, confesso que, ao olhar detalhadamente a agenda dos dias com as bandas confirmadas, perdi um pouco daquela animação que tomara conta de nós ao fazermos os planos iniciais.

Percebi que esta edição do Rock in Rio, assim como aquela de 2001, não será um evento exclusivamente do rock, mas na verdade um grande festival de música que terá entre suas mais variadas atrações, também, bandas de rock. Bandas de rock de respeito por sinal. Nomes como Metálica, Coldplay, Detonautas, Guns n’ Roses, Pitty, Red Hot Chili Peppers, Skunk, Frejat, System Of a Down, Lenny Kravitz, Capital Inicial, NX Zero e uma “rockemente” suculenta abertura conjunta do evento feita por Paralamas e Titãs no primeiro dia.

O prezado leitor do Blog pode se perguntar: “Como ficar desanimado depois de uma expressiva relação de nomes como esta?” Confesso até que possa estar sendo radical nessa análise, mas vi certos nomes de não rockeiros que sempre fazem show o ano todo e jamais falam em rock ou lembram que rock existe, durante suas apresentações.











Quem são? Basta o leitor dar uma olhada com calma na relação completa das atrações já confirmadas para o evento em www.rockinrio.com.br/pt/lineup/ e poderá tirar suas próprias conclusões. Temo que aconteça com alguns deles o mesmo que aconteceu com Carlinhos Brown em 2001, na terceira edição do evento.
Era 14 de janeiro de 2001 e eu estava lá. Pude ver com meus próprios olhos uma multidão rockeira enfurecida atirando garrafas de plástico de 200 ml vazias de uma certa marca de água mineral que patrocinava o evento, e eram vendidas por um preço absurdo por sinal. As garrafas voavam aos montes na direção do cantor baiano que, de braços abertos e peito estufado, recebia uma chuva de garrafas vazias atiradas sobre seu corpo e dizia frases do tipo: “Nada me atinge!”, “Eu sou da paz!”, “Não jogo nada em ninguém!” , “Eu jogo amor!”, “Eles querem rock...” . Obvio né, o que mais se poderia esperar em um Rock in Rio.

Depois que Brown se retirou, o Palco Mundo, que era o principal daquela edição do evento, tinha um novo piso, já que estava quase todo revestido pela munição de garrafas plásticas usadas no ataque que começou depois que Carlinhos Brown, durante a apresentação da música "Namorada", já executava sua batucada instrumental sem cantar por alguns longos minutos. Ainda hoje encontro pessoas que, ao me ouvirem falar sobre o fato, dizem: “uma daquelas garrafinhas atiradas era minha.”
Veja o momento em que Carlinhos Brown recebeu uma chuva de garrafas plásticas em http://www.youtube.com/watch?v=VxhOaUGhous e confira uma versão do vídeo com a música Água Mineral em http://www.youtube.com/watch?v=VnWJMRdgAd4









A culpa não foi de Carlinhos Brown, e muito menos da multidão, pois como dizia o saudoso jornalista e escritor Nelson Rodrigues: "A multidão é burra." O verdadeiro culpado foi quem escalou o cantor baiano para se apresentar diante de um público de 200 mil pessoas composto por fãs de Pato Fu, Oasis, Ira!, Ultraje à Rigor e Guns n’ Roses, que era a tão esperada última atração daquela noite.

Se olharmos pela ótica do empresário Roberto Medina, até podemos entender que investir na realização de um evento como o Rock in Rio merece retorno financeiro claro. Então se faz até lógico atacar em todas as frentes, estimular a presença de outros públicos e, assim, vender mais ingressos.

Mas falando de forma rockeiramente honesta, não concordo. E se alguém quiser discordar de mim ou do Roberto Medina fique à vontade para comentar ali embaixo. Vale lembrar que este Blog, embora com linha editorial voltada para o público do rock, é um espaço “101%” democrático.

Outra questão que não pode deixar de ser levantada aqui neste primeiro aquecimento, é o fato de eu já ter ouvido protesto de alguns rockeiros quanto à presença do NX Zero, que abrirá o segundo dia do evento, 24 de setembro, no palco principal.

Toda expressão cultural é dinâmica, sabe por quê? Porque as gerações se sucedem. Cada comportamento é resultado do momento cultural da realidade que nos cerca. Uma geração anterior sempre reluta um pouco antes de aceitar as novas formas de expressão cultural e social das gerações que vem depois. Aconteceu isso com aquela galera que estava acostumada a ouvir Led Zeppelin, The Doors, Beatles, Supertramp, Jamis Joplin etc, expressões do rock que fizeram e fazem sucesso desde as décadas de 60 e 70. Não foi num primeiro momento que esse público acostumado com os clássicos ouviu e aceitou o trabalho da nova geração da década de 80 do rock nacional.

Só aceitando o novo, a renovação, podemos ter sempre a certeza de que o rock nunca vai acabar, assim como novos filhos em uma família garantem a sucessão permanente das gerações, que o diga a Família Real Inglesa com Elisabeth II, Charles e William com sua lindíssima e graciosa princesa. Sendo assim eu peço, para o bem e a saudável posteridade do rock, deixem o NX Zero, o colorido Restart e até os pobres dos emos em paz.

A venda de ingressos para o Rock in Rio 4 terá início à 00h00min de sábado, 07 de maio, no site
www.ingresso.com e às 10hs da manhã do mesmo dia 07, nos quiosques dos shoppings Rio Sul, Barra Shopping e Nova América, todos na cidade do Rio de Janeiro. A entrada para cada dia do evento custará R$ 190 (inteira) e R$ 95 (meia entrada).

Um comentário:

  1. concordo plenamente com voce,acho que so deveriam se apresentar bandas de rock,pois afinal de contas é rock in rio,ja tem algumas comunidades de roqueiros que ja estao promovendo o quebra, quebra nesta ediçao.o que ja me deixou desanimada.nao que eles estejam errados,rock é rock,nao violencia nao levara ninguem a nada

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