Bem vindo ao Blog da 101% Rock, que toda semana traz uma matéria para você. Além do gênero musical Rock, este blog também publica sobre assuntos do cenário alternativo, dos esportes radicais, da arte e da cultura geral.
Aedição impressa do Jornal da Tarde circulou pela última vez em 31 de outubro. A empresa de comunicação Grupo Estado pretende
investir mais em seu principal veículo,o jornal O Estado de São Paulo.
Os
investimentos, que até 31 de outubro eram canalizados ao Jornal da Tarde, passarão a ser
direcionados para a mídia virtual, ou seja, as páginas do Estadão na Internet (digital,
áudio, vídeo e mobile).Os classificados que eram publicados no encarte Jornal do Carro continuarão sendo publicados
como um caderno especial no jornal Estadão versão impressa.
Podemos dizer que há algum tempo observamos uma sucessão
na liderança das mídias, da mesma forma como aconteceu com a mudança da
liderança que era do rádio para a TV.
O jornal impresso, com suas capas
nas bancas às segundas-feiras exibindo a foto do gol de domingo, dá lugar a
uma publicação na Internet alguns segundos depois do lance. Nem a TV
consegue ser tão rápida e tão abrangente ao mesmo tempo.
A Internet representa um mundo único, e total, pois seu
alcance não tem limites na superfície da Terra em termos de agilidade da informação. Sai o Jornal da Tarde de
circulação; entra ele para a história da Comunicação Brasileira.
JT >>>>> UM MARCO NA RESISTÊNCIA À CENSURA DA DITADURA MILITAR BRASILEIRA (1964-1985). A primeira briga com o governo veio já no primeiro ano de vida do Jornal, que culminou com uma manchete que escancarava uma ameaça de censura, em 23 de dezembro de 1966: "Ditador quer calar a Imprensa". Dois anos depois o governo quis impedir o jornal de publicar matéria sobre a crise no Congresso Nacional que culminaria no AI-5, o que foi rechaçado por telefone pelo diretor Ruy Mesquita, gerando reação da Polícia Federal, que bloqueou a saída do jornal pela Rua Major Quedinho. O jornal seguia sendo impresso, mas os agentes diziam: "Pode rodar, mas distribuir não vai." Pouco depois eles descobriram que o jornal estava nas bancas, e o próprio general Sílvio Corrêa de Andrade, chefe da DPF, saiu para recolher nas bancas os exemplares, que estavam saindo pela Rua Martins Fontes, oposta à Major Quedinho, por outra esteira. (FONTE Wikipédia).
Depois de seu primeiro capítulo, em 23 de outubro de 1906, quando nosso SantosDumond realizou o primeiro vôo com o 14-Bis nos Campos de Bagatelle, na França, a história da aviação sempre foi pontuada por episódios catastróficos.
No meio da década
de 1930, a corrida espacial que hoje é configurada por uma ‘maratona’
rumo a Marte, era representada pela competição da indústria de
construção de balões dirigíveis. Nessa disputa, a Alemanha Nazista de
Adolf Hitler levava a melhor graças à companhia Zeppelin, que ficava
localizada na cidade de Frankfurt, e garantia à Alemanha daqueles tempos
total supremacia na tecnologia do uso de gases mais leves que o ar.
Neste contexto, o dirigível Zeppelin
Hindenburg era o principal representante da excelência do
desenvolvimento científico do Terceiro Reich Alemão. Com 245 metros de
comprimento, 30 metros de diâmetro e capacidade para transportar 112
toneladas, o Hindenburg era o maior de todos os dirigíveis já
construídos, e a primeira aeronave transatlântica para transporte de
passageiros.
O imponente Hindenburg ...
representava a supremacia do trasporte aéreo alemão na década de 1930
Comparação entre o Hindenburg e um Boeing 747 atual
Hangar
construído no Rio de Janeiro para abrigar o Hindenburg em suas viagens
ao Brasil na década de 30. Com 274 metros de comprimento, 58 metros de
altura e 58 metros de largura, a construção seguiu as instruções de um
imenso kit enviado pelos alemães ao Brasil ...
Atualmente,
a gigantesca construção pertence à Base Aérea de Santa Cruz, no RJ, e
abriga os aviões do 1º Grupo de Aviação de Caça, o tradicional Esquadrão
'Senta A Pua!' da Força Aérea Brasileira, que, curiosanmente, lutou junto aos aliados em batalhas aéreas contra a Alemanha Nazista no final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O hangar é o único exemplar para
dirigíveis ainda existente no mundo. Os outros dois hangares construídos
para o Hindenburg ficavam na Alemanha e nos Estados Unidos, mas já foram demolidos.
O Hindenburg inaugurou o serviço de
viagem aérea transatlântica em 1936, fazendo 10 vôos de ida e volta
entre a Alemanha e os Estados Unidos. Em 1937, a temporada de transporte
de passageiros sobre o Atlântico começou na noite de 3 de maio, com a
decolagem do Hindenburg em Frankfurt.
Na ocasião, embarcaram 61
tripulantes e 36 passageiros que pagaram 400 dólares, cada um, pela
luxuosa viagem com previsão de término 3 dias depois, em Nova Jersey,
Estados Unidos, na manhã do dia 6 de maio.
Em plena década de 1930, os passageiros podiam usufruir ...
do grande luxo oferecido nas dependências do Hindenburg ...
além de poderem contemplar a explendorosa vista durante as viagens
A viagem foi
tranquila até que o Hindenburg, já no meio da travessia do Oceano
Atlântico a caminho dos Estado Unidos, começou a enfrentar ventos fortes
e contrários vindos do oeste para o leste.
A tripulação precisou
desviar a rota mais para o norte, voando agora sobre as geladas águas do Atlântico repletas de icebergsnaquela região, o mesmo cenário que fez o
desventurado navio Titanic sucumbir e repousar a cerca de 3 mil metros,
naquelas frias profundezas do Atlântico.
Além
da semelhança das rotas percorridas, o Hindenburg, com o tamanho de
cerca de dois campos de futebol, apresentava quase a mesma envergadura
que o Titanic. A diferença estava na locomoção pelo ar, que
possibilitava aos passageiros um espetáculo de contemplação dos enormes
icebergs.
O
Sol projetava a sombra do Zeppelin no mar. Tal sombraparecia ir direto de
encontro aos icebergs. A impressão era a de que o Hindenburg colidiria
de frente, assim como o Titanic, com os imensos e pontiagudos blocos de
gelo.
O desvio da
rota pelo norte atrasou a viagem em 8 horas, e o Hindenburg, mesmo a uma
velocidade média de 110km/h, não chegaria mais aos Estados Unidos
naquela manhã de 6 de maio de 1937.
Apesar
de serem os mais eficientes dirigíveis daqueles tempos, os Zeppelins
alemães apresentavam uma significativa e perigosa falha de segurança,
pois dependiam do explosivo gás hidrogênio para flutuarem.
Já os Norte-americanos, embora bem atrás dos alemães na eficiência da
fabricação de dirigíveis, faziam uso e monopolizavam a tecnologia de
fabricação do gás hélio, não tão perigoso como o hidrogênio usado pelos
alemães, por não ser inflamável. Uma lei norte-americana de 1925 proibia
a venda de gás hélio para as potências estrangeiras.
Acima
e em volta da cabeça dos tripulantes e dos passageiros do Hindenburg,
havia 200 mil metros cúbicos do perigoso gás hidrogênio. O Zeppelim na
verdade era uma imensa bomba voadora.
Um
dos passageiros abordo do Hindenburg na viagem de maio de 1937 era o
alemão Fritz Erdman, oficial e espião da Luft Waffe (Força Aérea da
Alemanha Nazista). Fritz estava apreensivo durante a viagem, pois pouco
antes do início do vôo, o embaixador alemão nos Estados Unidos recebeu
uma carta que afirmava haver um plano para destruir o Zepelim
Hindenburg. Eis o texto da carta:
"Por
favor, avisem à Companhia Zeppelin em Frankfurt para abrir e verificar
toda a correspondência antes de embarcá-la no próximo vôo do Zeppelin
Hindenburg. O Zeppelin será destruído por uma bomba-relógio".
A
carta foi escrita por uma psicótica da cidade americana de Milwaukee,
mas a ameaça de sabotagem foi levada a sério, já que o Hindenburg, por
ser o símbolo da supremacia aérea alemã naqueles tempos, e o orgulho da
frota de dirigíveis germânicos, era também um alvo potencial para os
sabotadores que se opunham ao Terceiro Reich Alemão.
Na
manhã do dia 6 de maio de 1937, dia da chegada do Hindenburg nos
Estados Unidos, o comandante da base aérea da marinha americana em
Lakehurst, Nova Jersey, rebebeu a notícia de que uma forte tempestade
com trovões e raios havia começado no norte. A previsão era de que o mau
tempo continuaria por todo o dia.
No
Hindenburg, o almoço foi servido mais cedo, a fim de que a chegada aos
Estados Unidos pudesse ser apreciada pelos passageiros. O Zeppelin
causava tremendo alvoroço onde quer que chegasse, pois sendo o primeiro
dirigível transatlântico já fabricado, sua presença envolvia enorme
publicidade e interesse do público.
Eram
exatamente 15h, e o Hindenburg começava a sobrevoar o céu de Nova
Iorque. Lojas e escritórios ficaram vazios e o trânsito parado; a
tripulação conduziu o Hindenburg rumo a Times Square, onde uma multidão
se aglomerava na rua. Pequenos aviões com observadores e repórteres
voavam próximos ao Zeppelin.
Registro da chegada a Nova Iorque ...
e ilustração com o Hindenburg no céu dos Estados Unidos
Na base aérea em
Nova Jersey, local do pouso, relâmpagos eram vistos não muito longe. O
céu estava fechado e o tempo continuavam ruim. O perigo das condições
eletrostáticas desfavoráveis obrigaram o fechamento das fábricas de pneu
próximas a Nova Jersey.
Depois
de quase meia hora sobrevoando Nova Iorque sob a mira de olhares e
flashs fotográficos, o Hindenburg atravessou o Rio Hudson e seguiu para
seu destino final, em Nova Jersey.
A
aterrissagem de um dirigível era o momento mais perigoso do vôo e,
preferencialmente, acontecia ao amanhecer, quando os ventos são
geralmente mais calmos. Um pouso do Hindenburg necessitava de centenas
de pessoas em terra, na chamada equipe de solo.
Os
cabos de aterrissagem eram jogados do dirigível para a equipe de solo,
que os puxava até a presilha localizada no bico do dirigível ser
conectada e fixada ao mastro de atracação. Um vento lateral repentino
podia fazer o Zeppelin subir novamente.
Em
algumas ocasiões, componentes da equipe de solo permaneciam agarrados
às cordas e eram arrastados para cima. Quando não agüentavam mais,
soltavam as cordas e despencavam dezenas de metros numa queda fatal.
Eram
16h e o Hindenburg finalmente chegava à Base Aérea Lakehurst. Fez um
rápido sobrevôo e tomou o rumo do mar para evitar a tempestade. Agora, são17h, e uma multidão está
reunida ao redor da Base. A equipe de solo está pronta no local de
atracação, mas o Hindenburg, a alguns quilômetros dali, sobrevoa o mar
perto de Atlantic City, como que se esquivando da tempestade.
O
relógio já marca 17h55 e começa a chover forte sobre a Base. O aguaceiro
dura cerca de 15 minutos e vai embora de repente, da mesma forma como
havia chegado. A equipe de solo e os espectadores estão encharcados.
Apesar
das condições de pouso serem desfavoráveis, a direção do vento estar
instável e trovões serem ouvidos ao longe; às 18h20, o comandante da
Base Aérea de Lakehurst, Charles Rosental, toma uma decisão e dá a
seguinte ordem: "Recomendação de pouso imediato!"
O
Hindenburg estava a 22 quilômetros da Base Aérea de Lakehurst quando
recebeu o aviso para pousar, e rumou novamente para o local de sua
chegada. O operador de rádio do Zeppelin enviou então uma mensagem para a
Alemanha: "Preparar para o pouso. Tempo ruim". A mensagem chegou a
Hamburgo e foi passada de forma equivocada para Frankfurt: "O Hindenburg
Aterrissou".
Agora já
são 19h20 e o Dirigível está novamente sobrevoando a Base. Vem do norte
e, imponente, aproxima-se do mastro de atracação. A expectativa é grande
entre os presentes e o Hindenburg vem sereno, diminuindo sua
velocidade.
Os cabos
de atracação são lançados do Hindenburg de uma altura de 60 metros para a
equipe de solo, que se posiciona e segura os cabos, começando a
conduzir o bico do dirigível na direção do mastro de atracação.
Começa
a chover forte novamente. A equipe de solo recolhe o Dirigível
enfrentando muita dificuldade para equilibrar-se no terreno encharcado.
De repente, um vento forte faz o Hindenburg subir novamente sem
controle, e o Zeppelin fica solto no céu.
Num instante, algumas
labaredas são avistadas na parte traseira esquerda do dirigível, que
parece estar mais pesada que a frente. Há uma explosão e os 200 mil
metros cúbicos de hidrogênio do Hindenburg começam a inflamar
terrivelmente. As chamas vão aumentando e aumentando cada vez mais, e já
consomem a metade traseira do Zeppelin.
Instantes
após a explosão, as chamas começaram a consumir o Hindenburg
rapidamente. Abaixo, à direita do plano da foto, o mastro de atracação
pode ser observado bem longe do Dirigível
A pressão do hidrogênio vazando
inflamado impulsionou o Zepelim à frente, como um foguete sobre a
multidão que corria apavorada e em desespero. O Hindenburg se manteve
aprumado até o momento em que as chamas chegaram ao bico. O dirigível
finalmente caiu longe do mastro de atracação, com a cauda atingindo
primeiro o solo, e o bico ainda erguido em chamas.
A queda final do Hindenburg
Já no chão, o Hindenburg emitia muita
fumaça negra e ainda havia chamas em vários pontos. A equipe de salvamento
se apressou para socorrer as pessoas abordo do Zeppelin, que ainda fumegava
sobre suas cabeças, reduzido apenas a ferros retorcidos que sobraram de sua grandiosa
estrutura.
Momentos finais do imponente dirigível ...
e os restos de sua estrurura metálica ainda fumegando
Das 97 pessoas que estavam a bordo, 35
morreram. O espião nazista Fritz Erdman foi uma delas. Um integrante da
equipe de solo também morreu. Sob rumores de sabotagem, três
investigações foram iniciadas mas nada foi provado. Chegava ao fim,
dessa trágica forma, os tempos áureos das luxuosas viagens em
dirigíveis. Os aviões roubariam a cena a partir de então.
No vídeo abaixo, o leitor pode ver como foram os momentos finais do Hindenburg.
Tarde de sábado nublada em uma praça de
Guaratinguetá, no interior paulista. Um grupo de homens, mulheres e
jovens, vestidos com uniforme cáqui, está reunido na forma de um círculo
humano, em cujo interior, 12 crianças trajando uniforme azul escuro
completam o cenário. Trata-se do início de mais uma reunião do Grupo
Escoteiro Sarça Ardente, que é o grupo número 232 do estado de São
Paulo.
Grupo Sarça Ardente, no início de mais uma reunião
A formação humana circular do início da
reunião, assim como a disposição circular das barracas nos acampamentos
escoteiros de todo o mundo, se repete há mais de 100 anos, desde agosto
de 1907, quando o general inglês Robert Baden-Pawell, ou simplesmente
B-P, como é chamado pelos escoteiros, reuniu um grupo de 21 jovens, uma
criança e mais alguns auxiliares na pequena Ilha de Brownsea, que fica
na costa da Inglaterra, no Canal da Mancha.
Primeiro acampamento escoteiro realizado por Baden-Powell, em 1907, ...
na pequena Ilha de Brownsea, perto do litoral inglês
Baden-Powell tinha
50 anos quando decidiu organizar o acampamento para os jovens, depois
de já ter servido no exército inglês por 31 anos, onde adquiriu grande
experiência na vida ao ar livre, durante as campanhas de combate contra
tribos das colônias inglesas na Índia e na África do Sul.
O feito mais
famoso de Baden-Powell durante a carreira militar foi a resistência ao
cerco à cidade de Mafeking, na África do Sul, onde ficou sitiado com sua
tropa por 217 dias, de outubro de 1899 até maio de 1900. Baden-Powell
resistiu às forças do contingente superior dos inimigos africanos, até
que as tropas inglesas conseguissem abrir caminho para socorrê-lo.
Baden-Powell
organizou o primeiro acampamento escoteiro, em agosto 1907, baseado no
pensamento de que a ocasião seria ideal para pôr em prática um método de
atividades ao ar livre que contribuiria para a educação de jovens. B-P
enviou então uma carta para alguns pais e mães conhecidos seus: "Me
proponho realizar um acampamento com meninos selecionados, para que
aprendam Escotismo durante uma semana, nas próximas férias de
agosto"..."A alimentação, a preparação dos alimentos, os aspectos
sanitários, etc, serão cuidadosamente supervisionados...", escreveu ele.
Baden-Powell e a saudação escoteira 'Sempre Alerta!'. Os dedos representam os três itens da Promessa Escoteira
O primeiro acampamento escoteiro fui um
sucesso. Baden-Powell percebeu que as atividades ao ar livre exerciam
forte atração sobre os jovens de todas as classes sociais, que aprendiam
técnicas e, ao mesmo tempo, eram educados para uma vida futura como
cidadãos dignos.
Clique na imagem para ampliar
Sinais de
pista ensinados aos escoteiros de todo o mundo, para serem usados como
códigos informativos em ocasiões de atividades nos campos, florestas e
montanhas. Alguns desses símbolos já eram usados por tribos indígenas
milenares
Tomado por
entusiasmo após o sucesso do primeiro acampamento, Baden-Powell realizou
palestras sobre seu novo método educativo e escreveu, a partir de
janeiro de 1908, seis fascículos quinzenais que logo foram reunidos e
lançados em um livro, "Souting for Boys" (Escotismo para Rapazes). O
livro popularizou o Escotismo por toda a Inglaterra e por diversos
países do mundo. Na América do Sul, o Chile já tinha suas primeiras
tropas escoteiras em 1908.
No
Brasil, o Movimento Escoteiro chegava em 1910, mesmo ano em que
Baden-Powell decidiu pedir afastamento do exército inglês para se
dedicar exclusivamente ao Escotismo. Powell percebeu que poderia ser mais
útil ao seu país instruindo a nova geração para uma boa cidadania, ao
invés de preparar homens adultos para uma futura guerra.
Agora
dedicado exclusivamente ao Escotismo, Baden-Powell fez uma viagem pelo
mundo em 1912, para conhecer os grupos escoteiros de diversos países.
Foi aí que surgiu a idéia de fazer do Movimento uma Fraternidade
Mundial. Sendo assim, em 1920, os escoteiros de todo o mundo se reuniram
em Londres para a primeira concentração internacional de escoteiros,
chamada de Primeiro Jamboree Mundial. Na última noite do evento,
Baden-Powell foi proclamado Escoteiro-Chefe-Mundial, diante de uma
animada multidão de jovens de todo o mundo.
Foram
realizados outros Jamborees mundiais na seqüência (1924 na Dinamarca,
1929 na Inglaterra, 1933 na Hungria e 1937 na Holanda). Além da
organização dos Jamborees, Baden-Powell também fez longas viagens pelo mundo e
manteve correspondência com dirigentes escoteiros de muitos países, no
intuito de fortalecer os elos e os laços formadores da Fraternidade
Mundial dos Escoteiros.
Baden
Powell trabalhou intensamente pelas causas do Movimento Escoteiro até
os 80 anos de idade, quando foi morar com sua esposa no Kenia, onde
morreu aos 83 anos, em janeiro de 1941, rodeado por um cenário formado
por quilômetros de florestas e montanhas com picos cobertos de neve.
O
Símbolo dos escoteiros é a Flor-de-Lis, que representa a orientação
para a direção certa, para o alto, mostrando o caminho para o
cumprimento do dever e da ajuda ao próximo. As três folhas que formam a
Flor-de-Liz também lembram os três itens da promessa escoteira, que são:
"Prometo pela minha honra, fazer o melhor possível: 1 – Para
cumprir meu dever para com Deus e a minha pátria, 2 – Para ajudar o
próximo em todas as ocasiões e 3 – Para obedecer a lei do escoteiro."
A
Flor-de-Liz é o símbolo do Escotismo em todo o mundo, e é entregue ao
escoteiro como distintivo do uniforme no ato da Promessa Escoteira. A
fim de distiguir as diferentes nacionalidades, cada país adota
geralmente um emblema nacional sobre a Flor-de-Liz. No caso do Brasil, o
símbolo escoteiro recebe o Selo da República, com o círculo de estrelas
e o Cruzeiro do Sul no interior. Embaixo, ainda figuram o lema do
Escotismo (Sempre Alerta!), e um nó, que representa a boa ação diária
que cada escoteiro deve praticar, sem que haja recompensa em dinheiro
por isso
Os itens da LEI do ESCOTEIRO são: 1
- O escoteiro tem uma só palavra e sua honra vale mais do que sua
própria vida, 2 – O escoteiro é leal 3 – O escoteiro está sempre alerta
para ajudar o próximo e praticar diariamente uma boa ação, 4 – O
escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais escoteiros, 5 – o
escoteiro é cortês, 6 – O escoteiro é bom para com os animais e as
plantas, 7 – O escoteiro é obediente e disciplinado, 8 – O escoteiro é
alegre e sorri nas dificuldades, 9 – O escoteiro é econômico e respeita o
bem alheio e 10 – O escoteiro é limpo de corpo e alma.
Na
reunião do Grupo Escoteiro 232 SP (Sarça Ardente), em Guaratinguetá,
era possível observar na prática todo esse clima cordial e ordeiro da
conduta dos escoteiros. Alguns membros eram saudados pelo resto do
grupo, por terem se destacado no último acampamento. Seguia-se o coro de
"Bravo! Bravo! Bravíssimo!" e os homenageados respondiam: "Grato!
Grato! Gratíssimo!" em alto e bom som, sempre cadenciado por uma salva
de palmas escoteira, executada por todo o grupo.
Em
determinado momento, os lobinhos, que são crianças entre 6 e 10 anos,
se retiram caminhando enfileirados em direção a uma sala no interior da
sede do Grupo Sarça Ardente, onde irão participar de atividades
educativas, separados do resto do Grupo. As atividades dos lobinhos,
quase sempre lúdicas, visam introduzir as crianças na prática escoteira.
No
interior da sala, os lobinhos sentam-se e a chefe escoteira, chamada de
"aquelá" por eles, começa indagando sobre a preferência do cardápio
para o próximo acampamento. Quando a "aquelá" Mara fala em abóbora ou
mandioca com carne, e chá de camomila, os lobinhos, como quase todas as
crianças da mesma idade, não aprovam a idéia. No entanto, quando lhes é
apresentada a alternativa de hamburguer com batatas fritas, a alegria é
subitamente expressa num coro unânime de um ÊÊÊÊ! infantil cheio de
vitalidade.
Alcateia de lobinhos do Grupo Escoteiro 232 SP (Sarça Ardente)
Os lobinhos formam a
classe do Escotismo que reúne crianças com idades entre 6 e 11 anos.
Dos 11 aos 15, os já adolescentes são escoteiros. Dos 15 aos 18 anos, os
jovens passam para o quadro sênior e, dos 18 aos 21 anos de idade, a
atividade escoteira abrange a classe dos pioneiros, depois da qual, pode
ser desempenhada a função de chefe escoteiro.
Para o chefe Charles, de 42 anos, que é
escoteiro desde 1977 e também trabalha na Cadeia Pública de
Guaratinguetá, o Escotismo é uma satisfação pessoal: "Se eu conseguir tomar conta e educar essas crianças hoje, não vou precisar tomar conta delas na Cadeia Pública mais adiante",afirma o chefe Charles.
Chefe
Charles à esquerda e, na sequência, os chefes Catarina, Arnoldo e Renê, que é um dos fundadores e idealizador do Grupo Escoteiro Sarça
Ardente, que fica à Praça Esmeralda, nº 106, no Jardim Aeroporto, em
Guaratinguetá / SP
Há 9 anos no Movimento Escoteiro, Larissa, de 15 anos, é uma das monitoras
da Tropa El Shaday, do 232º Grupo Escoteiro do estado de São Paulo
A semente inicial
plantada pelo inglês Baden-Powell no acampamento da Ilha de Brownsea, em
1907, fecundou e floresceu pelo mundo completando seu primeiro
Centenário em 2007. Calcula-se que 500 milhões de homens e mulheres já
tenham prometido viver de acordo com a Lei e a Promessa Escoteira nesses
100 anos de existência da Organização Mundial do Movimento Escoteiro.
Hoje,
são mais de 28 milhões de membros em 216 países e territórios, que
formam a maior associação para a educação não formal de jovens no Mundo.
Um imenso elo que faz a Fraternidade Mundial Escoteira parecer, em
escala global, com os círculos humanos tão tradicionais nas reuniões dos
escoteiros desde 1907, Sempre Alerta!
O Oceano Pacífico abrange cerca de 180
milhões de quilômetros quadrados da face externa de nosso planeta, o
que representa um terço de toda a superfície da Terra. Sendo o maior de
todos os oceanos, o Pacífico também reúne quase a metade do volume de
água e da superfície de todos os mares, e também possui a marca da maior profundidade já registrada em
todos os oceanos, que são os – 10.912 metros das Fossas Marianas,
localizadas ao sul do Japão.
Extensão
do Oceano Pacífico e a localização das Fossas Marianas, em preto. O Equador é a
linha horizontal que divide a esfera em duas metades (hemisférios)
Observando o mapa acima, pode-se notar
que a bacia do Oceano Pacífico apresenta um aspecto rusticamente
circular. À direita ou a leste, é limitada pelas Américas (do Norte,
Central e do Sul). Já à esquerda ou no limite extremo oeste do Pacífico,
estão localizados o Japão ao norte, o arquipélago da Indonésia ao
centro, e a Austrália mais ao sul.
Na região onde a esfera terrestre é
dividida em duas metades ou hemisférios norte e sul, está a linha do
Equador, que marca também a região mais quente do Planeta, também
chamada de zona tropical.
Nessa região central (Equador) da
superfície do imenso Oceano Pacífico, em condições normais, os ventos
naturalmente ocorrem na direção da direita (leste) para a esquerda
(oeste), ou seja, da costa da América do Sul, onde estão o Peru e o
Chile, para a Região do outro extremo do Pacífico, onde fica a
Indonésia. Esses Ventos são os chamados Ventos Alíseos.
Os Ventos Alíseos acabam empurrando
para o oeste uma grande quantidade da camada de água mais quente
localizada na superfície do Oceano Pacífico. Essa água mais quente acaba
se concentrando próximo da costa da Indonésia, onde, nessas condições, a
superfície do Pacífico fica cerca de meio metro mais elevada do que na
outra extremidade do mesmo Oceano, na costa da América do Sul, onde está
o Peru e o Chile.
Esse fenômeno natural também ocasiona
uma subida ou ressurgência das águas mais frias das profundezas do
Pacífico, que acabam aflorando na extremidade direita deste Oceano,
próximo à costa da América do Sul. Essas águas mais frias das
profundezas possuem grande quantidade de oxigênio dissolvido, e também
sobem carregadas de nutrientes e microorganismos, que servem de alimento
para os peixes daquela região.
A
ilustração mostra a ação dos ventos que concentram as águas mais quentes
na esquerda ou oeste, e possibilitam o afloramento ou a ressurgência
das águas mais frias na extremindade direita ou leste
A costa esquerda
da América do Sul é umas das regiões onde há maior abundância de peixes
na Terra. A pescaria de anchovas no Chile e no Peru já registrou a
impressionante marca de 12 milhões de toneladas capturadas por ano.
Como as águas mais quentes do
Pacífico ficam localizadas no extremo oeste, junto à Indonésia, ali
ocorre maior evaporação e formação de nuvens. O ar quente também sobe
nesse processo de evaporação e é formado então um ciclo de interação e
movimento compensatório entre a superfície do Pacífico e a região da
atmosfera localizada a cerca de 15 quilômetros de altitude.
Os Ventos Alíseos sopram para a
esquerda junto a superfície do Pacifico. A água mais quente é
concentrada próximo da Indonésia. Ocorre a evaporação e o ar quente
sobe. O ar frio, localizado a cerca de 15 mil metros de altitude, se
desloca para a direita.
Numa reação compensatória, o ar frio desce na
outra extremidade do Pacífico, onde fica a região que abrange o Peru e o
Chile, na costa sul-americana, que por sinal acaba registrando baixa
incidência de chuvas nessas condições.
Outra
ilustração que mostra a ação dos Ventos Alíseos, que concentram a água
mais quente, em vermelho e laranja, na estremidade esquerda ou oeste do
Pacífico, onde ocorre intensa evaporação e elevação do ar mais quente. O
ar mais frio da atmosfera desloca-se para direita ou leste
Tudo
no Planeta fica equilibrado até o fenômeno El Niño entrar em cena. O El
Niño é, à grosso modo, o aquecimento acentuado das águas da superfície
do gigante Oceano Pacífico, na região ao longo da linha do Equador. Mas
como isso ocorre?
Em
primeiro lugar, os cientistas garantem que o El Niño é um fenômeno
natural, que ocorre em alguns anos e em outros não, num ciclo não
definido e que dura entre 2 e 7 anos geralmente.
Embora não haja certeza, alguns
cientistas afirmam que em anos de El Niño, o aquecimento das águas
também é ocasionado pela atividade dos vulcões submersos no Pacífico.
Outros afirmam que os El Niños coincidem com os anos de maior incidência
das manchas solares.
Atualmente, pelo fato de ser um
fenômeno natural, os estudiosos só sabem ao certo prever quando um novo
El Niño irá começar, o que irá causar, e quando irá terminar.
Sem que possa ser explicado o
motivo certo, um El Niño ocorre quando os Ventos Alíseos ficam mais
fracos e até, em certas ocasiões, sopram no sentido contrário ao
observado em anos que não há El Niño. Essa mudança interrompe o
deslocamento das águas quentes para o oeste, onde está a Indonésia.
Com
a diminuição da intensidade dos Ventos Alíseos, as águas mais quentes
voltam para o leste, ficando distribuídas por toda a região central do
Pacífico, sobre a linha do Equador
A superfície do Pacífico fica mais
estável e as águas quentes se distribuem por toda região ao longo da
linha do Equador. As águas frias não sobem com nutrientes e oxigênio, o
que obriga os peixes a migrarem da costa sul-americana esquerda. Muitos
morrem.
A evaporação ocorre em grande
escala na superfície central ou equatorial do Pacífico, o que gera
intensa subida do ar quente para a atmosfera. Pela lei compensatória, na
região que fica a cerca de 15 quilômetros de altitude, o ar frio é
empurrado para os lados e acaba descendo já não tão frio, na região da
Indonésia, no norte e leste da Amazônia, e no norte da Região Nordeste
Brasileira.
Com o El
Niño, o Pacífico fica mais quente (região vermelha e laranja). A
evaporação ocorre ao longo da linha do Equador, e as águas mais frias,
em azul, não emergem mais na costa da América do Sul, à direita, no
leste
Ao contrário do que ocorre com a
evaporação das águas quentes, esses ares que descem das regiões
superiores da atmosfera em anos de ocorrência do El Niño, acabam
inibindo a formação de nuvens, o que explica a intensa seca registrada
na Amazônia, na Indonésia e no Nordeste Brasileiro em anos de El Niño.
Nos anos de 1982/83 e 1997/98, o
fenômeno El Niño ocorreu com maior intensidade em todo o século 20. Em
1997/98, a Indonésia registrou uma das maiores secas de sua história.
Muitas pessoas precisaram usar máscaras para suportarem os altos índices
de poluição provocada pelas queimadas e pelos gases emitidos nas grandes
cidades.
No Brasil, em 1998, foi registrada
grande seca em Roraima, o que ocasionou uma das piores queimadas já
ocorrida em todos os tempos na região. No mesmo ano, a seca espalhou
fome e miséria na região do semi-árido nordestino brasileiro.
No
gráfico que mostra as temperaturas do Pacífico em 1997, ano em que foi
registrada a incidência do El Niño com maior intensidade em todo o
século 20, as águas mais quentes, em marrom e vermelho, estão
distribuídas por toda a região equatorial do Oceano
O El Niño é um fenômeno natural e
sempre existiu. Os cientistas pesquisam se o El Niño teria relação com o
aquecimento global, mas é necessário separar a variação climática
natural ocasionada pelo El Niño, e o aquecimento gerado pelas atividades
humanas, diretamente relacionadas com o efeito estufa.
O mestre em Meteorologia, Gilvan
Sampaio de Oliveira, responsável pela Operação Meteorológica do Centro
de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (INPE), em Cachoeira Paulista/SP, esclarece no
livro "O El Niño e Você, O Fenômeno Climático", publicado em 1999,
alguns tópicos curiosos sobre o El Niño:
"...Muitas vezes durante o
episódio de 1997/98, fenômenos que ocorreram como chuvas excessivas que
provocaram enchentes foram atribuídas ao El Niño, quando em muitos casos
não era verdade. É aquela velha história: já que ele está ai, vamos
colocar a culpa nele ... Bastava acontecer algum evento meteorológico
extremo para botarem a culpa no pobre El Niño ... Demonizar o El Niño ou
achar que ele é uma catástrofe enviada pelos deuses, ou ainda achar que
ele é uma das desavenças de final de século ou de final de milênio, não
!!!! Ele é um fenômeno natural que sempre existiu e que vai sempre
existir. Não é causado pelo efeito estufa ou pelo aumento de
partículas sólidas na atmosfera, como por exemplo a poluição das grandes
cidades. Também não é ocasionado pelo chamado buraco na camada de
ozônio..." Explica Gilvan Sampaio, nas páginas 1,2 e 3 do livro.
O El Niño já foi observado desde
anos remotos, por volta de 622 depois de Cristo (D.C), quando foram
verificadas fracas cheias do Rio Nilo, o que prejudicava severamente a
atividade agrícola no antigo Egito.
O navegador espanhol Francisco
Pizarro registrou uma contracorrente oceânica que vinha do norte para o
sul, na costa esquerda da América do Sul, em 1525.
No final do século 19, marinheiros
que percorriam em pequenas embarcações a costa do Peru e do Chile, no
oeste da América do Sul, observaram a mesma corrente que surgia só em
alguns anos, no período próximo ao Natal; por isso, passaram a chamá-la
de El Niño (O menino em espanhol), em referência ao menino Jesus.
A chegada da corrente coincidia
com chuvas fortes, que transformavam algumas regiões desérticas em
frondosos jardins. Por outro lado, os peixes e os pássaros que se
alimentavam deles desapareciam daquela região nos períodos dos anos em
que ocorria a curiosa corrente.
Ao contrário do El Niño, também pode ocorrer em alguns anos, um
resfriamento acentuado das águas centrais do Pacífico, o que também
ocasiona diversos distúrbios climáticos no mundo. Nesse caso, o fenômeno
é chamado de La Niña (a menina em espanhol).