Rosangela Coelho (direto de Mariana MG)
Fotos: Iva Juliane, Jessica Carvalho e Rosangela Coelho
Foto: Iva Juliane
Gratidão eterna a
todos os meus amigos que nos auxiliaram nessa que foi a missão mais difícil de
minha vida. Os dias que antecederam nossa ida foram de muito trabalho.
Recebendo doação, carregando coisas pesadas, pegando a Dutra todos os dias para
levar para Pindamonhangaba, com carro
lotado de doações.
Quando combinamos
nossa ida, eu passei a meditar mais e mais mantras de cura e força. O sofrimento
dos meus irmãos animais é como faca cortante em meu coração e eu precisaria
estar harmonizada com energias de força e serenidade para não sentir no físico
as dores desses seres que são o motivo maior da minha existência nesse tempo e
espaço.
No caminho,
encontramos Marianinho e paramos na estrada. Descemos e corremos para
salvá-lo. Ele me mordeu; seus olhos traziam desespero; o acolhi em meu colo e
isso foi diluindo. Não nos separamos mais. Ele me trouxe alegria em meio aquele mar de
tristeza.
Chegamos em Mariana
e já começamos a trabalhar. Trabalhei feito homem e amei os animais com a
doçura que trago na minha alma. Chorei diversas vezes, longe, longe das
pessoas.
Senti muita tristeza nas galinhas e como desejei trazê-las todas para
mim. Meu Deus, por que as pessoas ainda matam esses animais para comer? O que
será delas daqui para frente? Eu me senti impotente porque não poderia mudar o
destino delas. Pedi perdão, chorei, cantei para elas.
Muitas chegaram
mortas ao galpão e ouvi pessoas fazendo piadas com elas. Pedi perdão pela
insensibilidade de alguns humanos. Será que as pessoas que lutaram para
salvá-las irão se conscientizar de que o Veganismo é a única proteção que
podemos dar a elas e aos outros animais?
Bois foram
desatolados e depois serão mortos? Animais criados para abate. Vamos refletir
sobre isso? Os cavalos, amei tanto. Animais tão sofridos e explorados, todos
eles magros, retirados da lama pelos valentes bombeiros e equipes de resgate.
O potrinho, um bebezinho que carregava tanta dor e medo. Eu
não conseguia me separar dele; abracei, beijei, cantei, fiquei horas
monitorando seu soro, enquanto conversava e dava carinho.
Doeu demais em mim
ver esse inocente buscar leite em sua mamãe, mas ela não tinha o que oferecer
para ele. Ela sofreu muito. Minha
alegria foi ver que veterinários competentes se uniram para salvar a vida dele.
Eu fiz o que me foi determinado, segundo meu Ofício Sagrado, ajudá-lo a diluir
a dor e ascender no amor.
Os cães, tão
desesperados, exaustos, famintos. Ajudei nos canis, na alimentação, medicação,
passeio e mais mantras. Cantei mantras em todas as baias.
Os gatos, criaturas
místicas, captadores de energias ruins e transmutadores para uma energia mais
harmonizada com saúde espiritual. Chorei demais por eles, seres de minha
devoção. Fiquei horas com o bebezinho amarelinho, ele chegou extremamente
agitado e sofrido. Acalmou-se no meu colo, comeu e depois dormiu.
A cadela número 62 - os
animais resgatados recebem uma pequena placa com sua identificação e um número
- ela sugou muito de mim, minhas energias (eu permiti). Eu me liguei a ela e desejei muito poder
trazê-la para cá, para ajudá-la na diluição do peso que traz em seus olhos.
Eu farei isso por
aqui, longe fisicamente mas espiritualmente perto.
Eu senti uma atmosfera de
sofrimento em toda região; milhares de vidas ceifadas por uma ação humana. Estamos desidratando nosso planeta e ceifando
sua energia vital. Quanto perdemos de componentes bióticos? A Natureza irá
recuperar isso? Quem chorará pelo Rio Doce que é a principal vítima desse
desastre?
Foto: Iva Juliane
Espécies endêmicas
foram engolidas pela lama. Quantos materiais tóxicos estão sendo levados para o
mar e mais morte teremos? Dinheiro algum
irá recompor isso. Na cidade de Mariana e região, notei a população muito
tranquila e, parece, alheia, aos perigos reais caso a terceira barragem se
rompa.
Foto: Iva Juliane
Ação criminosa de
uma imprensa comprada que não mostra a verdade? Os humanos que mais estão
sofrendo com essa tragédia são pessoas simples, pessoas do campo. Temos muito
que chorar por aqui. Queridos, essa é a maior tragédia ambiental em nosso país.
Ficaremos calados?
Foto: Iva Juliane
Permitiremos que
mais "rios doces" sejam mortos? Bem, quero render graças para a Ong Proteção Animal
pelo imenso esforço em acolher os nossos irmãos animais. Pessoas lindas,
pessoas queridas, generosas e acolhedoras.
Eu me senti honrada
por lutar ao lado de vocês. Carla Sássi, Jussara Souza, Luana Neves. Gratidão
eterna pela coragem e força que estão destinando em intenção de salvar vidas.
Pretendo voltar e auxiliar nos cuidados com os resgatados
Gratidão Dra Heloisa
Marinho por sua competência como médica veterinária que ficou muito evidente naquele
ambiente “pós-guerra”. Ser da sua equipe foi uma honra. Você é especial demais.
Gratidão Daiana,
Jessica Silva Ramalho, Fernanda Mendes, Dra Iva Juliane e marido. Parabéns à
prefeitura de São Luiz do Paraitinga, por ter disponibilizado o caminhão e
motoristas incríveis.
Estou exausta. Imensamente triste pela morte de milhares
seres vivos mas esperançosa de que toda essa tragédia possa romper a barreira
que há no coração da humanidade e que a compaixão invada a todos.
Caminhão cedido pela prefeitura de São Luiz do Paraitinga-SP para levar a ração arrecadada pelos ativistas até Mariana-MG. A cidade de São
Luiz também foi assolada pela enxurrada que, em 2010, fez o rio Paraitinga subir 12 metros e destruir parte do centro histórico e a Igreja Matriz da cidade, atualmente já reerguidos.
Rosangela Coelho é vegana ativista da Causa Animal
Parabéns pela sua capacidade de doação e obrigado pelas notícias sob outra ótica!
ResponderExcluirParabéns à Rádio Web Matrix pelo espaço cedido para uma abordagem sob um outro ponto de vista, humano/espiritual, do problema tão superficialmente abordado pela grande mídia.
Gratidão!
ExcluirAgradecemos de coração pelas palavras Fábio..
ResponderExcluirSao anjos q deus colocou mundo p ajudar esses inocentes...
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