quinta-feira, 25 de junho de 2015

O REACIONARISMO BRASILEIRO E AS MULHERES SAPIENS






Cássio Ribeiro
 

Esse reacionarismo brasileiro dará muito trabalho aos alunos que forem estudar História do Brasil daqui a uns trinta anos. Não será tarefa fácil, certamente, ter que buscar o entendimento de todo o antes, que se encadeia ligando-se ao hoje. Lá está o início do  reacionarismo atual, que ocorre como um comportamento social e atuante no cenário do Brasil de hoje.

Não me cabe julgá-lo enquanto expressão de oposição em si, mas sim perceber que ele é dos primeiros elos atuais de uma corrente que se encadeia ao longo do tempo e chega ao ontem, aonde tem início a história oficial do Brasil.


A chegada dos portugueses, um povo que estava no início da idade Moderna, confrontou esse período evolutivo com o outro de um povo (os índios) que ainda estava no Mesolítico, que é uma transição entre a Idade da Pedra Lascada (Paleolítico) e a Idade da Pedra Polida (Neolítico) . 

Eu gostaria muito de saber qual é a causa para, em um mesmo momento histórico, um determinado povo estar na idade Moderna e o outro no Mesolítico, sendo ambos, ao meu entendimento, descendentes diretos do homo sapiens e das “mulheres sapiens”.  Sim, elas mesmo, as mulheres sapiens.


O prezado leitor há de concordar que o homo sapiens  - homens e mulheres numa definição, é lógico, relacionada à espécie mas não necessariamente cabível de forma exclusiva em uma conversa informal - tinha cada gênero desempenhando um papel bem específico na manutenção do desenvolvimento da espécie e na sua não extinção.


Na informalidade, cabe  muito bem referir-se como mulheres sapiens àquelas que, enquanto os homens caçavam e traziam carne para a fogueira do jantar, descobriram que sementes caíam e brotavam em solo ricamente fértil; elas mesmo, as mulheres... Sapiens. 


Primeiras a desenvolverem o cultivo em hortas rústicas, nas quais, em determinado momento, passou a integrar o cultivo belíssimas e vigorosas raízes de mandioca. As descobridoras da mandioca, que hoje jogam até futebol. 


O livro “Porque os Homens Fazem Sexo e as Mulheres Fazem Amor”,  de Allan e Barbara Pease, aborda de forma bem humorada os papeis que cada gênero desempenhou  na manutenção do desenvolvimento da espécie.  Por meio de atividades especificamente femininas, as mulheres promoveram  ao seu modo a manutenção da raça humana.





Num ritmo de texto leve e descontraído, apesar de todas as bases científicas para a tese que desenvolve, a obra apresenta, entre outras explicações, o resultado de uma pesquisa que mostra que  os homens desenvolveram, por meio da prática da atividade de caça, uma visão em forma de túnel bem mais longínqua e apurada que a das mulheres.


Já elas, as sapiens, por  ficarem sempre atentas às possíveis ameaças próximas de suas crias durante todo o tempo dentro da caverna, desenvolveram uma bem mais apurada visão periférica próxima. O livro conta que é  uma tarefa bem mais difícil para o homem localizar um vidro de maionese na geladeira em meio a vários produtos, enquanto que para a mulher o foco de espaço angular longitudinal com maiores distâncias quilometrais não é tão apurado como o dos homens.

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