quarta-feira, 9 de março de 2016

CHARRETES DE APARECIDA: EXPLORAÇÃO ANIMAL, SOFRIMENTO E DOR ENDOSSADOS PELA COMUNIDADE CATÓLICA





Rosangela Vegana Coelho

Cássio Ribeiro 

Impressões de uma pessoa:

Sentada em uma charrete. À minha frente, um cavalo atrelado, preso, subjugado.

Sentar na charrete foi a forma de conseguir mais informações com um charreteiro na católica cidade de Aparecida do Norte, no Vale do Paraíba paulista, a chamada Terra da Padroeira.  

 



A expressão de sofrimento desse sensível animal esconde sua imponência. Expressão de um ser conformado com sua condição de escravo.

Roubamos seu descanso em verdes pastos, suas brincadeiras de rolar e relinchar com seus irmãos.


E ele tenta se abrigar do sol sob a sombra da árvore, buscando piedade.

Roubamos seu sonho e sua identidade. E roubamos sua esperança.




E aqui está, impossibilitado de reconhecer-se como cavalo e, paradoxalmente, a mesma dor que lhe faz mover, a dor causada pelos freios, pela chicotada, é a mesma que lhe põe imóvel, conformado de ter sua alma aprisionada e sua liberdade roubada.


Sua beleza e “força” são, agora, atração turística.





Constatação de uma ativista:




Debaixo do manto sangra e chora uma alma. A pata traseira direita erguida indica cansaço.

A respiração anormal e ofegante confirma. Mas logo um cavalo cansado? Sim, de ser explorado! E olha que para chegar a esse estado tem que sofrer um bocado; e ser demais, bem demais da conta judiado.



E se tem sofrimento e tormento que seja intensificado. A charrete na sombra e ao sol o sofrido cavalo. Ninguém se preocupa para que o pobre do bicho, do sol, seja retirado.

 Num sol de quase 10 e meia da manhã, ...

lá está exposto o pobre cavalo. Não há água, capim ou ração por perto. Mas o chicote, esse, em cada charrete é fácil encontrá-lo. Ninguém esquece o algoz acelerador do cavalo. A pata esquerda traseira erguida indica incômodo e cansaço



É a alma de uma espécie historicamente explorada por homens e mulheres “de boa vontade” que vêm oferecer uma prece para uma santa que chamam de Aparecida.



A casa é grande. É a Basílica que acolhe santos fiéis que, movidos pela devoção por aquela que dizem ser a Mãe dos Oprimidos,  percorrem distâncias imensas para ali estar.





E de oprimidos a opressores! Basta pagar 20 reais, sentar-se com mais 7 santos fiéis, apreciar a chicotada inicial, o vento roçando o rosto debaixo da sombra da carruagem da fé.




Que aprazível! São 7 quilômetros entre ida e volta, correndo entre os carros, debaixo de um céu azul e temperatura de quase 40 graus.


Enquanto isso segue a feira e, de rostos virados, pensando em comprar, ninguém se atina para os donos das crinas  bem perto dali, por dentro a chorar.

As lonas da feira garantem a sombra com os picos da Serra da Mantiqueira, ao longe, tudo a velar.


Quem sabe num belo dia, com esse lindo cenário ao fundo, o sofrimento dos cavalos cessará.

Mas, como o trabalho continua, de vez em quando, o puxador  da carruagem da fé faz menção de querer parar, preguiçoso que é, não aguenta tracionar até míseros 350 quilos, reclama de lesões nos pulmões causadas pelos gases emitidos pelos carros.


Criatura sem fé! Não aguenta carregar pessoas santas por apenas 10 horas diárias, fazendo e refazendo o sacro percurso sob o som de risadas e festejos, numa espécie de pós-moderna via-sacra diária e silenciosamente sofrida por que não pode falar, muito menos reivindicar um desesperado socorro.

Um pouco mais de chicotada, uma puxada nas rédeas e tudo volta para a tão admirada normalidade. E o condutor de santos segue resignado pela dor que lhe edificará, afinal, está servindo. A dor é causada pelos freios na boca, a desidratação e músculos exauridos, tudo junto.





Após 10 horas de serviço sacro, sob o Manto Sagrado de Nossa Senhora Aparecida, ele recebe sua remuneração: um bocado de água e uma porção de ração.
 

E vem o esperado repouso noturno mas ele não conseguirá ter um sono tranquilo, pois as cãibras lhes são companhia.

As dores em seus músculos, as dores das articulações atrofiadas,  os nervos em situação de farrapos. Dor em toda parte do corpo.  Dor naquilo que ainda restou de alma.





Não haverá remédios para aliviar e o condutor de santos passará a noite sentindo todas essas dores.


E os santos romeiros devotos...


Eles estarão em suas casas ou em algum quarto de hotel no “sono dos justos”, repousando, para no dia seguinte fazerem novamente o "Percurso da Fé."




Ativistas da causa dos direitos animais marcaram uma manifestação para o dia 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida, no ano passado (2015).

O reitor da Basílica na ocasião, Padre João Batista, agendou uma reunião para dias depois do dia 12, tendo sido por esse motivo a manifestação cancelada. 

A reunião, que seria realizada com a presença de, além de ativistas, uma veterinária e uma advogada especializada na causa dos direitos animais, foi cancelada pela direção da Basílica às vésperas de sua realização.

Atualmente, tenta-se marcar outra reunião e os ativistas aguardam retorno da secretária da reitoria da Basílica, o que deve ocorrer após a Semana Santa.

A Lei Federal 9.605/98 - art.32 é clara ao dizer que é crime MALTRATAR ou ABANDONAR qualquer animal. Porque então ninguém atenta para tanto sofrimento em Aparecida à vista de todos?

Abaixo, uma reprodução relevante do trecho de um texto produzido pela filósofa, escritora e ativista dos direitos animais, Dra. Phil Sônia T. Felipe. O título do texto é DOÍDA TRAÇÃO, DOLOROSA ATRAÇÃO: 

O que é preciso fazer para transformar em atração turística uma carroça destinada a puxar turistas desavisados por uma ilha, cidade ou estância mineral?


É preciso atrelar um animal a essa carroça. Uma égua, um cavalo. Ou dois. Um animal que tenha uma constituição apropriada para tracionar cargas, pensa a maioria das pessoas. Concluímos, por termos sido desinformados sobre a real natureza da musculatura equina, que os músculos e o esqueleto da égua e do cavalo são uma espécie de força motricional natural para resolver nossos problemas de arrastar pesos inertes pelos campos ou cidades, sejam eles luxo ou lixo.

O que não sabemos, porque isso não é revelado por ninguém  que diz “amar os cavalos”, excetuando-se os equinólogos da Haute École Nevzorov (Alexander Nevzorov e Lydia Nevzorova), é que um cavalo só pode ser mantido atrelado a um objeto com espaço para qualquer tipo de carga, humana ou residual, usando-se a boca do animal para infligir-lhe dores intensas, que repercutem como choques nos nervos craniais que por ali passam, sem os quais o animal não se moveria.
 
 O freio na boca do cavalo agride violentamente os tecidos da mucosa bucal, pressiona, de tal modo, a língua, que chega a atrofiá-la, impacta as parótidas a ponto de a saliva produzida ter o aspecto de uma baba espumosa, levando a uma alteração no pH do estômago que causará úlceras, cólicas e a morte do animal.

Cada travada da carroça, para diminuir a velocidade ou parar de todo, custa ao cavalo uma dor lancinante, pela pressão dos ferros instalados dentro de sua boca. Uma carroça, seja ela tracionando lixo ou luxo, só pode ser parada com dor. Para fazer com que uma carroça retome o movimento, é preciso infligir dor, não a ela, obviamente, mas ao animal atrelado a ela, àquele que a traciona. Simples assim. É assim que as coisas funcionam no mundo da “tração equina”.

No comando da sessão de tortura de fazer uma carroça carregada de turistas ou de entulho mover-se, ou parar, é preciso ter alguém disposto a produzir dores lancinantes na boca do animal, quer o saiba, quer não. Sem essa dor, o cavalo não se move. E, para isso, ele tem uma boa razão....

....A sessão de tortura é completa. Praticamente, não há uma área do corpo de um cavalo usado para tração e atração turística, ou para tracionar carga inerte, monta, lixo, luxo ou entulhos, que não esteja lesada. Ao atrelarmos esse animal e privarmos seu espírito da liberdade de mover-se de modo a preservar-se saudável, infligimos a ele as lesões dolorosas que jamais chegamos a ver quando o olhamos trotando pelas ruas com a carroça cheia de turistas aboletados em seus assentos ou nas cavalgadas, com dezenas de sedentários aboletados sobre o lombo ferido deles.

 
As lesões são tantas que chegam a matar o animal, ainda atado à carroça. Estranhamente, para quem não tem acesso às informações sobre a fisiologia e a psicologia equina, o cavalo morre esgotado, amarrado ao artefato de tortura que lhe sugou a força, a saúde e a vida. E, pensam as pessoas desavisadas, ele não “parecia” doente, “ele não dava sinal de dor ou doença”! É que a gente está muito acostumada a gemer, gritar por socorro e a pedir que nos ajudem, quando sofremos dores estranhas lancinantes, ou quando somos torturadas. 

Na natureza, o desenho da mente de um equino, como o da mente de um bovino, não foi projetado para fazer o animal manifestar a dor através de sons ou vocalizações. Isso atrairia os predadores para o animal ferido, dorente ou sofrente (na expressão de Sir Dr. Richard D. Ryder, que cunhou os termos painism e painient em 1990, em seu livro Painism).

Esses animais estão morrendo de dor e não soltam um relincho. Eles têm medo de relinchar de dor. Medo de serem mortos pelos predadores. O que eles fazem, quando estão dorentes e sofrentes? Eles ficam parados e não emitem som algum. Essa é a linguagem equina de expressão da dor,  análoga à bovina. 


A dor na boca é intensa, com aquele ferro enfiado lá dentro. Os cavalos o mastigam sem parar. E há quem explique que essa “mastigação” do freio é “vício”. Dois erros não fazem um acerto. Colocar o freio na boca de um cavalo é machucá-la na certa. Explicar que ele mastiga esse ferro que o machuca por vício é humilhá-lo. Sem mãos para arrancar da própria boca o instrumento de tortura, o animal o mastiga, desesperadamente, na expectativa de o expulsar dali.

Se alguém quer ter uma provinha do tormento do cavalo com freio na boca, coloque agora uma caneta atravessada sobre sua língua, enquanto lê o texto até o final. Apare a baba com um guardanapo, porque engolir direito será impossível.

Se quiser saber o que é o dia de um cavalo, passe suas oito horas de trabalho com a caneta atravessada sobre a língua. Melhor mesmo seria uma barra de metal, para sentir o gosto dele na boca o dia todo. Ah! Peça para alguém travar a barra com um cadeado atrás de sua nuca, para que não possa arrancar esse troço dali com as mãos. O jeito será passar o dia “mastigando” viciosamente o objeto.


Não bastasse a dor na boca, as fraturas nos dentes molares (justamente os que o animal precisa para mastigar a comida), causadas pelo puxão do freio, seja quando a carroça está se movendo muito rapidamente, seja quando o cavalo se recusa a dar partida (a linguagem equina para dizer ao “inteligente humano” que ele está dorente), o cavalo leva umas chibatadas que atritam os tecidos de seu lombo ou flancos a ponto de os “incendiar” ou inflamar." CONTINUA....

 O TEXTO COMPLETO PODE SER LIDO EM: http://justificando.com/2015/03/17/doida-tracao-dolorosa-atracao/ 

É importante deixar claro, saber e reconhecer que trabalhadores tiram seu sustento e o de suas famílias por meio do trabalho com os cavalos.


A solução necessária para pôr fim ao sofrimento dos equinos em Aparecida sem acabar com o emprego e o sustento dos trabalhadores é a alternativa da adoção do cavalo de lata.



Com o cavalo de lata, a tração animal é substituída pela tração de motores elétricos. Não é uma alternativa muito barata, e o preço chega a passar dos 10 mil reais por cada unidade implantada no turismo, mas, em se tratando da administração financeira da Basílica Nacional de Aparecida, com sua vultosa arrecadação mensal por meio dos bens que incluem lojas no Shopping do Romeiro,  espaços na feira, lojas espalhadas no polo turístico da cidade, impostos, doações, um canal de TV e uma rede de rádio, além de diversas outras formas de arrecadação, não é nenhum sacrifício financeiro para a administração da Basílica Nacional adquirir  as versões de charretes movidas à tração elétrica dos Cavalos de Lata. 


São várias empresas no Brasil que fabricam esse tipo de veículo. A cessação do sofrimento sem que trabalhadores fiquem sem seu emprego é uma responsabilidade direta da administração da Basílica,  tanto em termos financeiros quanto em termos cristãos em si no que tange à compaixão pelos cavalos que sofrem.



Essa transição entre a tração animal e a adoção do Cavalo de Lata como  tração para o transporte de carga ou para o turismo já é bem comum no Brasil, e exemplos de sua prática não faltam


Na capital baiana, Salvador, a câmara dos vereadores aprovou por unanimidade, em 2013, a implantação do projeto Cavalo de Lata para substituir as corroças de coleta de material reciclável puxadas por animais.



O autor da proposta em Salvador foi o vereador Marcell Moraes (PV), que na ocasião buscou parceria com cooperativas de coleta seletiva de Salvador: "São muitos os casos de animais que morrem ou ficam inválidos devido ao peso das cargas. Além disso, a ideia é possibilitar uma coleta de material reciclável mais eficiente, colaborar com o trânsito da cidade, valorizar os profissionais catadores e entidades, além de evitar transmissão de doenças que são provocadas pelas fezes e urinas dos animais nas ruas.Trata-se de uma ideia sustentável, de proteção aos animais e de responsabilidade social e econômica”, explica o vereador.
 
Em Porto Alegre-RS, desde o dia 03 de março desse ano (2016), começou a implantação da substituição das carroças da cidade por cavalos de lata.


A previsão da prefeitura de Porto Alegre é de que até setembro desse ano todas as carroças da cidade já tenham sido substituídas pelos cavalos de lata.

Outro ótimo exemplo da transição para o uso do cavalo de lata, só que no campo de atividade turística como ocorre em Aparecida, é o observado na Ilha de Paquetá, que fica localizada na Baía de Guanabara, na cidade do Rio de Janeiro.



Lá, já está em andamento o processo de licitação para aquisição dos cavalos de lata que serão usados nos passeios turísticos pela Ilha.



Percebe-se que não seria nenhum sacrifício financeiro para a administração da Basílica Nacional de Aparecida implantar tal projeto e finalizar o sofrimento e a exploração animal naquela cidade religiosa. Basta simplesmente querer. É sempre importante reforçar que os trabalhadores também não podem, em hipótese alguma, ficar sem seu trabalho e seu sustento com o fim das charretes.

Toda essa reivindicação se justifica basicamente por um simples motivo:

Já se vão mais de cinco séculos que observou-se o fim da Idade Média da existência humana.

 
A tração animal em transporte público, como a adotada nesse bonde acima, terminou na segunda década do século passado (Século 20), portanto 100 anos ou há um século.

Hoje, em pleno correr do século 21, não se justifica mais em nenhum aspecto a utilização de uma sofrida e dolorosa tração como a animal, a não ser por simples e irrelevantes "caprichos românticos" de exemplares de uma espécie, o homem, que insiste em ser dominadora sobre as outras em função do seu prazer; de fato uma espécie de sadismo secular

Logo, quando se fala em caprichos, nada nesse sentido poderia ou poderá ser a sombra de algo que venha a se sobrepor e ser mais importante do que a cessação do sofrimento de vidas sencientes.

Um cavalo criado de forma saudável e correta consome cerca de 80 quilos de ração por mês, além de cenouras, frutas, vitaminas e capim. Um custo mensal que varia entre 200500 reais todo mês. Esse é mais um fator que justifica a adoção da tração elétrica do cavalo de lata, seguramente bem mais barata do que a tração animal, além de que, com a adoção da tração elétrica, acaba-se com qualquer tipo de sofrimento; só isso já é a principal justificativa para a substituição.  

Diante de tantas justificativas e motivos, fica claríssimo que já basta de sofrimento com a tração animal em Aparecida e em todos os outros lugares onde ela ainda é usada; já passou do tempo, há tempos, de cessar o sofrimento.


8 comentários:

  1. Uma vergonha...A igreja católica no século XXI permitir uma crueldade medieval... Bom!! O que se pode esperar de uma instituição que tem padre(Alessandro Campos)apoiador e faturando em cima de rodeios

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  2. Isso mesmo, Clélia; além, também, de um programa diário que vai ao ar na Rádio Aparecida, 90,9 FM, com o nome de "Rodeio da Padroeira".

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  3. Liberdade aos animais.
    Ultrapassado, hoje existe gasolina.

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  4. Eu tive uma sólida formação católica e hoje não sou mais um deles. Tbm não gosto de atacar nenhuma religião, mas o número de pessoas hipócritas e incoerentes entre os católicos supera qualquer outra religião. Os padres, Bispos e outros seres da hierarquia da Basílica deveriam ser os primeiros a se manifestarem contra o sofrimento dos animais... Nas missas dizem que todas as criaturas são de DEUS, mas fora de suas igrejas tratam animais como escravos ou coisa piores... Que amor é este que eles pregam???

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  5. Isso é uma crueldade e essa igreja virou um comercio visando lucros e essa cúpula faz vista grossa pela exploração da aqueles cavalos que são sugados explorado até a alma"que Porra de religião" todos somos criações de deus seus céu de burro sai dai do ar condcionadoe vai ver a realidade fachada....

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  6. Aparecida lugar de paz, Só que não. estive ontem 11.11.2018. um de meus piores dias de minha vida, chorei, voltei com meu coração em frangalhos, com tantas maneiras de se ganhar dinheiro, eis ai o que me magoou e muito, lá está exposto o pobre cavalo. Não há água, capim ou ração por perto. Mas o chicote, esse, em cada charrete é fácil encontrá-lo.Pelo amor de Deus isso é coisa do século passado, não sei como ainda existe uma barbaridade dessas em um lugar sagrado, onde só deveria existir amor. Eu nunca mais vou ai em aparecida, e olha que eu vou desde 1973, ontem o sol estava muito forte.

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  7. Nem todo católico aprova isso. A igreja tem seus trenzinhos puxados por jeeps ou outro automotor.
    Errado os caras que tem os cavalos e os forçam tão cruelmente.
    Cabe a Prefeitura seu CCZ, impedir isso.
    A igreja não tem poder para impedir essa atividade
    Dizer que todos os católicos andam de charrete e apóiam essa atividade é leviano.

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  8. Triste e envergonhada 💔💔💔
    💚🌱

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